terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

NOMES DOS CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO E RELATOS DE SOBREVIVENTES

TEMA DO FILME A LISTA DE SCHINDLER




       OS CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO NO TEMPO  DA ALEMANHA NAZI



 Nome dos Campos   /   País  /   Tipo de Campo


Arbeitsdorf  -  Alemanha -  Trabalho  -  Abril 1942


Auschwitz - Birkenau  - Polônia - 
Extermínio / Trabalho.  Abril 1940


Bardufoss  - Noruega  - Concentração - Março 1944


Belzec  -  Polônia -   Extermínio.  Março 1942


Bergen-Belsen - Alemanha -  Abril 1943 - Abril 1945


Breendonk  -  Bélgica  - Prisão / Trabalho.  Setembro 1940 -
Setembro 1944
 

Breitenau  -  Alemanha  - Trabalho.  Junho 1933 - Março 1934

Buchenwald - Alemanha -  Trabalho.   Julho 1937 - Abril 1945


Chełmno -  Polônia -  Extermínio.  Dezembro 1941 -  Abril 1943


Dachau -  Alemanha -  Trabalho. Março 1933 -  Abril 1945 


Falstad - Noruega  -  Prisão. Dezembro 1941 -  Maio 1945 


Flossenbürg - Alemanha -  Trabalho.  Maio 1938 - Abril 1945


Grini - Noruega -  Prisão.  Junho 1941 - Maio 1945


Gross-Rosen    -   Polónia -Trabalho.  Agosto 1940 - Fevereiro 1945


Herzogenbusch ('s-Hertogenbosch) -Países Baixos -  Prisão e
Trânsito.  1943 - Verão de 1944


Hinzert  - Alemanha -  Julho 1940 -  Março 1945


Jasenovac -  Croácia -  Extermínio.  Agosto 1941 - Abril 1945


Kaufering/Landsberg - Alemanha - TrabalhoJunho 1943 - Abril
1945


Kauen(Kaunas)  - Lituânia -  Gueto e Internação.


Klooga -  Estônia -  Trabalho. Verão 1943 - Setembro 1944


Langenstein Zwieberge  -  Alemanha Buchenwald Camp -  Abril
1944 - Abril 1945


Le Vernet  -  França -  Internação  - 1939 - 1944


Lwów (L'viv) - Ucrânia -Gueto / Trânsito / Trabalho e
Extermínio .  Setembro 1941 - Novembro 1943


Majdanek  -  Polônia  -  Extermínio.  Julho 1941 - Julho 1944


Malchow  -  Alemanha  -  Trabalho e Trânsito.  Inverno 1943 -
Maio 1945


Maly Trostenets  -  Bielorrússia  - Extermínio.  Julho 1941 - Junho
1944


Mauthausen-Gusen - Áustria- Trabalho.  Agosto 1938 - Maio 1945


Mittelbau-Dora  -  Alemanha - Trabalho.  Setembro 1943 - Abril 1945


Natzweiler-Struthof  -  França -  Trabalho.  Maio 1941 - Setembro 1944


Neuengamme  -  Alemanha  - Trabalho.  Dezembro1938 - Maio 1945


Niederhagen  -  Alemanha  -  Prisão e Trabalho.  Setembro 1941


Oranienburg  -  Alemanha -  Agrupamento.  Março 1933 - Julho 1934


Osthofen -  Alemanha  -  Agrupamento.  Março 1933 - Julho 1934


Płaszów  -  Polônia  -  Trabalho.  Dezembro 1942 - Janeiro 1945


Ravensbrück  -  Alemanha -  Trabalho.  Maio 1939 - Abril 1945


Riga-Kaiserwald  (Mežaparks)  -  Letónia -  Trabalho. 1942 - Agosto 1944


Risiera di San Sabba  - (Trieste) Itália-  Detenção da polícia. Setembro 1943 - Abril 1945


Sachsenhausen  -  Alemanha  - Trabalho.  Julho 1936 - Abril 1945


Sobibór  -  Polônia  -  Extermínio.  Maio 1942 - Outubro 1943


Stutthof  -   Polônia  -  Campo de Trabalho .  Setembro 1939 - Maio 1945

Lager Sylt  (Alderney) -  Ilhas do Canal  - Trabalho.  Março 1943 - Junho 1944


Theresienstad  -  República Checa  - Trânsito e Gueto. Novembro 1941 - Maio 1945


Treblinka  -  Polônia  -  Extermínio.  Julho 1942 - Novembro 1943


Vaivara  -  Estônia ? -  Setembro 1943 - Fevereiro 1944. ?


Varsóvia -  Polônia -  Extermínio e Trabalho.  1942 - 1944


Westerbork     -    Países Baixos  - 
Agrupamento .  Outubro 1939 - Abril 1945 .



( QUARENTA E SEIS CAMPOS AO TODO , NESTA LISTA .  
Faltam ainda muitos por enumerar ) .



       RELATO DE UM SOBREVIVENTE DE
                     AUSCHWITZ

Aqueles homens tinham batido no fundo mais fundo da condição humana, pois nada de nada era já seu: sem roupa, sem cabelo, sem nome, ficariam presos à vida por um simples número de prisioneiro gravado na pele.
Ao fim de algumas semanas de internamento, aqueles homens aprenderam rapidamente as leis da sobrevivência.
Aprenderam a não fazer perguntas e a mostrar constantemente uma máscara de compreensão; aprenderam a dar valor à alimentação, rapando cuidadosamente o fundo das tigelas; aprenderam que tudo tem uma utilidade: o arame, para atar os sapatos; o papel, para forrarem os casacos contra o frio; os trapos para as ligaduras nos pés.
Os rituais a cumprir eram intermináveis: todas as manhãs era preciso catar o colchão dos percevejos, dar lustro aos sapatos com óleo de máquina, tirar as nódoas da roupa; à noite, era preciso lavar os pés e catar os piolhos; ao sábado, deviam fazer a barba, cortar o cabelo e remendar os andrajos; ao domingo, tinham que submeter-se à pesquisa da sarna e à fiscalização dos botões do casaco ( era preciso ter cinco).
Quando as unhas cresciam, tinham que as roer; se iam às sanitas ou aos lavabos eram obrigados a levar quanto possuíam, caso contrário seriam imediatamente roubados.
A morte começava pelos sapatos.
Ao cabo de várias horas de marcha , os sapatos provocavam chagas dolorosas que, infalivelmente, infectavam. Aquele que estava ferido nos pés tinha de avançar como se arrastasse correntes; chegava a toda a parte em último lugar e era constantemente agredido.
Todos trabalhavam, com excepção dos doentes. Todas as manhãs saíam do campo em direcção a uma fábrica de borracha, donde saíam antes do anoitecer a fim de evitar as evasões.
Todos os dias, segundo um ritmo pré-estabelecido, sair e entrar, trabalhar, dormir e comer, cair doente, curar-se ou morrer.
Agora é tempo de falar dos outros, dos que serviram de cobaias aos médicos das SS, que utilizavam em experiências nas suas enfermarias: congelação, castração, inoculação de tifo.
E dos velhos, doentes, mulheres e crianças que simplesmente foram engolidos pela noite.
E ninguém lhes disse adeus. Levados para as câmaras de gás, eram cruelmente assassinados.
À entrada, lia-se uma palavra tranquilizadora:
"Banhos".
Os que entravam, despiam-se, pensando tratar-se de uma operação de desinfecção, acabando, afinal, por se encontrarem com a morte...
  

Auschwitz, Janeiro de 1944


                           Primo Levi          

Os sonhos surgiam nas noites brutais,
Sonhos recheados e violentos
Sonhados de corpo e alma,
De ir para casa, de comer, de contar a nossa história,
Até que, depressa e baixinho, vinha
O toque da alvorada:
Wystawach

Agora encontrámos de novo a nossa casa.
A nossa fome foi saciada,
Todas as histórias foram contadas.
Está na hora. Não tardaremos a ouvir de novo
A ordem alheia:
Wystawach


Testemunho de Primo Levi - químico, membro da resistência,
sobrevivente de Auschwitz .





É impossível acreditar seja no que for, num mundo que deixou de considerar o homem como homem, que prova repetidamente que ele já não é um homem.


Simon Wiesenthal , Os Girassóis




















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