terça-feira, 1 de julho de 2014

HOJE


        Hoje, construímos edifícios cada vez mais altos e apartamentos cada vez mais pequenos. 
      Os supermercados e os estádios são cada vez maiores e as casas de família são cada vez menores.
    Andamos cada vez mais depressa e temos cada  vez menos tempo para estar com os outros.
  Temos cada vez mais conhecimentos e cada vez menos discernimento para distinguir o bem do mal.
   Temos cada vez mais remédios e somos cada vez menos saudáveis no corpo e no espírito.
      Chegamos da Terra à Lua, mas custa-nos chegar ao outro lado da rua para visitar um doente.
     Temos cada vez mais conforto e bens de consumo, mas temos cada vez menos alegria de viver.
     Temos casamentos cada vez mais sofisticados e divórcios cada vez mais apressados.
      Temos cada vez mais acordos de paz e amizade e cada vez mais guerras e egoísmos.
    Que seja obrigatório um tempo de silêncio, ao menos uma vez por semana, para reflectir acerca do sentido da vida.
     Que as famílias se reúnam todos os dias, sem programa definido nem agenda marcada, para alimentarem o amor. 
    Que seja proibido encontrar um vizinho na rua ou no elevador sem lhe sorrir e desejar os bons dias.
    Que seja obrigatório, depois do trabalho, sentar-se na varanda para sentir a brisa da tarde .
    Que ninguém se esqueça de passear aos fins de semana pelos montes e ver o pôr-do-sol no horizonte.
     Que o ar que respiramos não seja contaminado pela soberba, pela avareza, pela ira, pela luxúria, pela inveja, pela gula, e  pela preguiça.
        Enfim, que seja um ar puro e saudável.