quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

TEMA DO FILME " A VIDA É BELA " POR MIGUEL BOSÉ E NOA

MIGUEL BOSÉ E NOA, CANTAM TEMA DO FILME : " A VIDA É BELA ".

A Vida é Bela : filme belíssimo sobre o Holocausto , cuja acção se passa na Itália invadida pelos nazis.
Roberto Begnini esteve soberbo neste filme, que ele próprio assinou. É um filme que nos fala sobre a crueldade da guerra, a falta de humanidade por parte dos homens, mas é sobretudo um filme de amor , um hino à Esperança !
Que os homens bons , nunca percam a Esperança em Deus, pois é aqui que tudo reside.
Só o nosso Pai Celestial, nos pode dar forças para resistir a momentos tão dramáticos, como foram os do Holocausto ( 1939 - 1945 ), seis longos anos , de tormentos, de fome, de frio, de privações de toda a espécie, que nos mostraram até que ponto os homens podem ser cruéis uns para com os outros. Quem é bom, é um verdadeiro filho de Deus, pois Jesus veio à terra falar de Amor e de bondade para com os nossos semelhantes, os nossos irmãos, não irmãos de sangue , mas irmãos no destino comum e na viagem da vida.
O filme, mostra-nos que apesar do sofrimento , se tivermos dentro de nós a chama do amor verdadeiro, pode ser que até morramos durante o processo,  mas até lá , teremos ajudado muitos , enfim , os que pudermos,  levando - lhes coragem , amor puro e abnegado, tendo sido para eles, uns verdadeiros filhos de Deus.
A imagem de homens e mulheres de coração puro, ficará para todo o sempre guardada, no coração daqueles que tiveram o privilégio de  se terem cruzado com eles um dia, e por eles terem sido ajudados e salvos .

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

FILME PREFERIDO - " O PIANISTA "- R.POLANSKI E MÚSICAS FILME



O Festival de Cannes premiou no ano de 2002, com a Palma de Ouro, um filme dirigido por Roman Polanski, "  O Pianista ", adaptado do livro autobiográfico de Wladyslaw Szpilman.
A sua narrativa é de uma força excepcional, por isso assistiu-se a um dos maiores cineastas- Roman Polanski, a ser  aplaudido de pé pelo público, balbuciando, com lágrimas nos olhos, algumas palavras de agradecimento à sua equipe e aos milhares de figurantes do filme. Este foi um dos momentos mais emocionantes do festival de Cannes. Adrien Brody que deu vida na tela, ao pianista Szpilman, obteve o Óscar para o melhor actor principal, nesse mesmo ano .


Sinopse: do livro para o filme

Durante a II Guerra Mundial, o famoso pianista judeu polaco - Wladyslaw Szpilman, vê a sua família ser deportada em 1942. Ele consegue salvar-se, por puro acaso, do comboio da morte. Um policia, músico também, arranca- o do vagão, mas é enclausurado junto com outros milhares de judeus no Gueto de Varsóvia, errando às escondidas durante mais de dois anos e passando por sofrimentos, humilhações e lutas impossíveis , numa Varsóvia dominada pelos nazis. Doente, solitário e faminto, ficou a dever a sua vida a um outro oficial alemão, católico, Wilm Hosenfeld, que  nutria uma paixão exagerada pela música. Abalado pelos crimes nazis, decide ajudá-lo a sobreviver.

Três etapas dividem o filme: a opressão sufocante da sucessão de leis anti-semitas, querendo os judeus da época acreditar, que cada novo decreto, seria o último. O medo, frente ao nazismo, presença estranha e desumana, que ameaçava pessoas e famílias inteiras. Enfim, o inexplicável dos crimes imprevisíveis e frios, que não deixam margem para qualquer esperança.
Polanski consegue fazer esta reconstituição com rara autenticidade. No filme "O Pianista", não se chora, mas um sentimento de revolta e de raiva  apodera-se do espectador diante da maldade dos carrascos.
Neste filme, o director " Roman Polanski", quis reatar os seus laços com a sua origem judaica - polaca, tendo a sua infância sido passada no gueto de Cracóvia. Sua mãe morreu no campo de concentração e, embora seu pai tivesse sobrevivido, o mais terrível de tudo é que uma criança resiste a tudo, mas fica marcada para sempre quando é separada dos pais, disse Polanski em entrevista dada ao "O Estado de São Paulo", em 9 de Outubro de 2002. " Sempre soube que um dia faria um filme sobre o Gueto de Varsóvia, sobre esse período doloroso da história da Polônia, mas não queria que fosse autobiográfico. Desde a leitura dos primeiros capítulos das memórias de Szpilman, soube que "O Pianista" seria o objecto do meu próximo filme. Era a história que eu precisava: apesar do horror, uma históra positiva e cheia de esperança. Sobrevivi ao bombardeio de Varsóvia e ao gueto de Cracóvia e quis recriar as lembranças de minha infância. Quis ficar o mais perto possível da realidade e não filmar à moda de Hollywood ".
A história de Spzilman permite a Polanski reviver a sua própria história e o tema do isolamento humano, tão caro a ele, reaparece no filme através de janelas: quando Spzilman é obrigado a pular de abrigo em abrigo, de um apartamento de amigos polacos para outro, vemos o Gueto de Varsóvia através dos seus olhos. Vemos o que ele vê e, mais importante ainda, a forma como ele vê. Esses factos estão inscritos na sua consciência e vão moldar a sua memória para o resto da vida.
No livro que escreveu, Szpilman nunca se coloca como um herói, mas como um sobrevivente acidental, um homem que por ironia do destino ficou a dever a sua vida ao inimigo.

Da vida para o livro:

Wladyslaw Szpilman nasceu em 1911 em Sosnowiec, na Polônia, no seio de uma família judia. Ainda jovem, estudou piano com Joseph Smidowicz e Alexander Michalowski, antigos alunos de Liszt. Em 1931, parte para Berlim para continuar os seus estudos na Academia de Música. Durante esses anos compõe um Concerto para violino, a suite Zycie Maszyn (A vida das máquinas), e várias outras peças para piano e orquestra, para viola e também muitas canções populares que lhe valeriam uma bela reputação no seu país. Rapidamente é considerado um compositor promissor e um pianista virtuoso.
Em 1935, Szpilman é contratado pela Rádio Estatal polaca, em Varsóvia e trabalha como pianista para a rádio polaca, onde conhece uma cantora e o seu marido  Em 1939, enquanto interpretava um nocturno de Chopin, uma bomba lançada por um avião da Luftwaffe destrói o transmissor da estação de rádio. É o início da agonia do pianista, que duraria seis anos. Com a invasão da Polónia pela Alemanha, em 1939, os nazis vão estabelecer em Varsóvia, a capital, um gueto , onde todos os judeus ficam confinados. Szpilman é obrigado a sair de sua casa com toda a família, para se instalarem no gueto , e continuou a trabalhar ali como pianista, num restaurante. Permaneceu no gueto até a população do mesmo ser despojada de todos os seus haveres e ser conduzida à força , para os comboios que os levariam para os campos de concentração. Szpilman encontra refúgio junto da cantora e do marido. Após a descoberta do local, teve de ir para outros dois esconderijos. Após o amenizar da guerra, residiu em prédios abandonados.
E é em 1945, quando a rádio polaca volta a funcionar, que ele recomeça, interpretando o final do "Nocturno em C menor", de Chopin, que fora obrigado a interromper brutalmente, seis anos antes. Por coincidência, esse mesmo "Nocturno" vai salvar a  sua vida quando, quase no final da guerra, é descoberto no seu último esconderijo por um oficial alemão, que o faz tocar num piano , no meio de uma Varsóvia em ruínas.
Em 1945 pouco depois do fim da guerra, escreveu um relato da sua sobrevivência em Varsóvia. O livro com o título "Morte de uma Cidade", foi publicado na Polónia. O tom da obra é autêntico, rejeitando a emoção fácil ao reconstituir a vida do gueto, dos algozes e das vítimas que o povoaram. O livro foi fortemente censurado pelas autoridades comunistas, descontentes com a sua perspectiva da guerra, e o número de cópias impressas, foi reduzido. Após a guerra, Szpilman é  nomeado director musical da estação de rádio e dá grandes concertos na Europa e na América. Em seguida, continua a compor músicas que se tornam sucessos e hoje fazem parte do património cultural polaco. Na década de 1950, escreveu canções para crianças, que lhe valeram o prêmio da União dos Compositores Polacos, em 1955.
Em 1961, fundou o Festival Internacional da Canção, em Sopot, e a União dos Autores de Música Popular da Polónia.
Em 1964, é eleito membro da Academia dos Compositores Polacos. Szpilman tornou-se um dos mais produtivos compositores polacos.
Seu filho, Andrejsz Szpilman, descobriu em 1998 o manuscrito das suas memórias. Com efeito, as suas memórias não foram reimpressas senão cinquenta anos depois, em 1998 , ano em que foram publicadas em inglês e em muitas outras línguas, incluíndo o alemão, com o título . " O Pianista ". A obra obteve um  sucesso imediato. Em França, Foi dada  à obra , "O Pianista o Prêmio de Melhor Livro de 2001, pela redação do "Lire".
Wladyslaw Szpilman morre em Varsóvia, a 6 de Julho de 2000, aos 88 anos, tendo sido sepultado em Varsóvia.
Polanski e Spzilman, tiveram pois , um passado em comum.
Vários filmes, como "A lista de Schindler", de Spielberg, ou "A vida é bela", de Roberto Begnini, tentaram mostrar a dimensão do que foi o Holocausto. Algumas das cenas do filme "O Pianista" impressionam pelo seu intenso realismo.
A cena final, em que Szpilman se encontra na Varsóvia do fim da guerra, parece uma arena dos sobreviventes de um pesadelo.
Foi difícil achar os lugares em ruínas que a história exigia, tornando-se portanto necessário reconstruir a cidade a partir de vários elementos. Algumas ruas foram inteiramente reproduzidas  num estúdio de Berlim.
Polanski sabe que o cinema é incapaz de recriar o passado, mas a história de Szpilman  aí está para servir a visão de Polanski. Numa das mais emocionantes cenas do filme, o oficial que o salva da morte ordena ao pianista que toque, a fim de provar que é mesmo talentoso e famoso. Szpilman obedece, mesmo sem ter tocado desde o início da guerra. A cena é um tributo ao significado da sobrevivência.
Noutra cena inesquecível, antes de embarcar nos vagões para os campos , onde  matariam seus pais, duas irmãs e um irmão, o autor divide com eles uma barra de caramelo cortada em seis partes, a sua última refeição juntos.
Em nenhum momento do livro, Szpilman mostrou desejo de vingança. No fim da guerra tentou encontrar e salvar da prisão russa o oficial alemão que o tinha ajudado.
Tanto o livro como o filme, "O Pianista" tocam fundo na nossa alma. A sua lucidez e coragem, em condições onde uma migalha de pão fazia a diferença entre a vida e a morte, conseguem transmitir uma lição de vida. Como documento, "O Pianista" dá -  nos a oportunidade de acompanhar a trajectória de um homem determinado a viver, a qualquer preço.
O lirismo do músico, aliado a uma inteligência crítica, faz o espectador querer ir cada vez mais fundo ao seu passado.
E da mesma maneira que Polanski se identificou e se emocionou com esse vigoroso relato,  também nós, revivemos através do filme, uma vez mais, um dos mais dramáticos episódios da História Judaica - a destruição em massa dos judeus de Varsóvia.





                         " CENAS DO FILME " O PIANISTA"



 


                    Wilhelm Hosenfeld    

           O  alemão que salvou da morte    
           o pianista Wladyslaw Szpilman



ICH VERSUCHE JEDEM ZU RETTEM, DER ZU RETTEM IST

("Eu procuro salvar qualquer um que pode ser salvo")


No filme "O pianista", de Roman Polanski, um dos momentos mais marcantes foi o encontro entre Wladislaw Szpilman e um oficial alemão, num sótão, na Varsóvia ocupada, onde o pianista se escondia após ter escapado de um embarque para Treblinka.
Vemos então Szpilman tocar para o alemão, o "Nocturno", de Chopin. A partir daí o oficial alemão passa a fornecer comida e a visitá-lo regularmente até que um dia ele se despede, dizendo que os alemães  se estão a retirar, pois as tropas russas  aproximam-se.
Ficam então as perguntas: quem era esse homem? Porque fez aquilo? Porque arriscou a sua vida para salvar um homem que segundo o regime a que servia, era apenas um sub - humano, destinado ao extermínio?
Com a publicação, na Alemanha, de um livro, contendo na íntegra o diário e as cartas do capitão Wilhelm Hosenfeld (Wilm). Veterano da primeira guerra, onde lutou ainda muito jovem, e como boa parte dos alemães ressentido com o tratado de Versalhes, entusiasmou-se com o partido nazi. Alistou-se em 1939 e participou da invasão da Polônia.
Ao ver uma criança ser executada por ter roubado um pouco de feno, mudou de posição.
"Envergonho-me de fazer parte dos culpados , por uma tragédia tão grande, sem poder auxiliar as vítimas" escreveu numa carta à mulher Anneliese, aos dois filhos e às três filhas.
Hosenfeld aprendeu polaco, passou a esconder fugitivos e a fornecer documentos falsos. Salvou tantos quanto pode. Segundo o seu filho Helmut a apreensão das cartas de seu pai, seria o suficiente para o condenar à morte.
Em Julho de l942, escreveu Hosenfeld a Anneliese:
- Pode um alemão ainda mostrar-se ao mundo? É para isso que os nossos soldados morrem na frente de batalha? A história não conhece nada igual. Talvez os arcaicos tenham praticado o canibalismo, mas nós que conduzimos a cruzada contra o bolchevismo, como podemos abater homens, mulheres e crianças em pleno século XX?
Seremos normais? A culpa é tão grande que nos faz afundar no chão de vergonha.  Será que o demônio adoptou forma de gente?
Só em 1998, Szpilman revelou detalhes do encontro com Wilm. elos Apesar dos apelos de familiares e de muitas pessoas que tiveram a vida salva por ele, Stalin não abrandou a sua pena, condenando-o a 25 anos de trabalhos forçados ( que nas condições em que se cumpriu a pena, equivalia a uma condenação a morte).
Wilhelm Hosenfeld que salvou tantos de um tirano sanguinário,  veio fatalmente, a perecer às mãos de um monstro igualmente cruel.



NOMES DOS CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO E RELATOS DE SOBREVIVENTES

TEMA DO FILME A LISTA DE SCHINDLER




       OS CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO NO TEMPO  DA ALEMANHA NAZI



 Nome dos Campos   /   País  /   Tipo de Campo


Arbeitsdorf  -  Alemanha -  Trabalho  -  Abril 1942


Auschwitz - Birkenau  - Polônia - 
Extermínio / Trabalho.  Abril 1940


Bardufoss  - Noruega  - Concentração - Março 1944


Belzec  -  Polônia -   Extermínio.  Março 1942


Bergen-Belsen - Alemanha -  Abril 1943 - Abril 1945


Breendonk  -  Bélgica  - Prisão / Trabalho.  Setembro 1940 -
Setembro 1944
 

Breitenau  -  Alemanha  - Trabalho.  Junho 1933 - Março 1934

Buchenwald - Alemanha -  Trabalho.   Julho 1937 - Abril 1945


Chełmno -  Polônia -  Extermínio.  Dezembro 1941 -  Abril 1943


Dachau -  Alemanha -  Trabalho. Março 1933 -  Abril 1945 


Falstad - Noruega  -  Prisão. Dezembro 1941 -  Maio 1945 


Flossenbürg - Alemanha -  Trabalho.  Maio 1938 - Abril 1945


Grini - Noruega -  Prisão.  Junho 1941 - Maio 1945


Gross-Rosen    -   Polónia -Trabalho.  Agosto 1940 - Fevereiro 1945


Herzogenbusch ('s-Hertogenbosch) -Países Baixos -  Prisão e
Trânsito.  1943 - Verão de 1944


Hinzert  - Alemanha -  Julho 1940 -  Março 1945


Jasenovac -  Croácia -  Extermínio.  Agosto 1941 - Abril 1945


Kaufering/Landsberg - Alemanha - TrabalhoJunho 1943 - Abril
1945


Kauen(Kaunas)  - Lituânia -  Gueto e Internação.


Klooga -  Estônia -  Trabalho. Verão 1943 - Setembro 1944


Langenstein Zwieberge  -  Alemanha Buchenwald Camp -  Abril
1944 - Abril 1945


Le Vernet  -  França -  Internação  - 1939 - 1944


Lwów (L'viv) - Ucrânia -Gueto / Trânsito / Trabalho e
Extermínio .  Setembro 1941 - Novembro 1943


Majdanek  -  Polônia  -  Extermínio.  Julho 1941 - Julho 1944


Malchow  -  Alemanha  -  Trabalho e Trânsito.  Inverno 1943 -
Maio 1945


Maly Trostenets  -  Bielorrússia  - Extermínio.  Julho 1941 - Junho
1944


Mauthausen-Gusen - Áustria- Trabalho.  Agosto 1938 - Maio 1945


Mittelbau-Dora  -  Alemanha - Trabalho.  Setembro 1943 - Abril 1945


Natzweiler-Struthof  -  França -  Trabalho.  Maio 1941 - Setembro 1944


Neuengamme  -  Alemanha  - Trabalho.  Dezembro1938 - Maio 1945


Niederhagen  -  Alemanha  -  Prisão e Trabalho.  Setembro 1941


Oranienburg  -  Alemanha -  Agrupamento.  Março 1933 - Julho 1934


Osthofen -  Alemanha  -  Agrupamento.  Março 1933 - Julho 1934


Płaszów  -  Polônia  -  Trabalho.  Dezembro 1942 - Janeiro 1945


Ravensbrück  -  Alemanha -  Trabalho.  Maio 1939 - Abril 1945


Riga-Kaiserwald  (Mežaparks)  -  Letónia -  Trabalho. 1942 - Agosto 1944


Risiera di San Sabba  - (Trieste) Itália-  Detenção da polícia. Setembro 1943 - Abril 1945


Sachsenhausen  -  Alemanha  - Trabalho.  Julho 1936 - Abril 1945


Sobibór  -  Polônia  -  Extermínio.  Maio 1942 - Outubro 1943


Stutthof  -   Polônia  -  Campo de Trabalho .  Setembro 1939 - Maio 1945

Lager Sylt  (Alderney) -  Ilhas do Canal  - Trabalho.  Março 1943 - Junho 1944


Theresienstad  -  República Checa  - Trânsito e Gueto. Novembro 1941 - Maio 1945


Treblinka  -  Polônia  -  Extermínio.  Julho 1942 - Novembro 1943


Vaivara  -  Estônia ? -  Setembro 1943 - Fevereiro 1944. ?


Varsóvia -  Polônia -  Extermínio e Trabalho.  1942 - 1944


Westerbork     -    Países Baixos  - 
Agrupamento .  Outubro 1939 - Abril 1945 .



( QUARENTA E SEIS CAMPOS AO TODO , NESTA LISTA .  
Faltam ainda muitos por enumerar ) .



       RELATO DE UM SOBREVIVENTE DE
                     AUSCHWITZ

Aqueles homens tinham batido no fundo mais fundo da condição humana, pois nada de nada era já seu: sem roupa, sem cabelo, sem nome, ficariam presos à vida por um simples número de prisioneiro gravado na pele.
Ao fim de algumas semanas de internamento, aqueles homens aprenderam rapidamente as leis da sobrevivência.
Aprenderam a não fazer perguntas e a mostrar constantemente uma máscara de compreensão; aprenderam a dar valor à alimentação, rapando cuidadosamente o fundo das tigelas; aprenderam que tudo tem uma utilidade: o arame, para atar os sapatos; o papel, para forrarem os casacos contra o frio; os trapos para as ligaduras nos pés.
Os rituais a cumprir eram intermináveis: todas as manhãs era preciso catar o colchão dos percevejos, dar lustro aos sapatos com óleo de máquina, tirar as nódoas da roupa; à noite, era preciso lavar os pés e catar os piolhos; ao sábado, deviam fazer a barba, cortar o cabelo e remendar os andrajos; ao domingo, tinham que submeter-se à pesquisa da sarna e à fiscalização dos botões do casaco ( era preciso ter cinco).
Quando as unhas cresciam, tinham que as roer; se iam às sanitas ou aos lavabos eram obrigados a levar quanto possuíam, caso contrário seriam imediatamente roubados.
A morte começava pelos sapatos.
Ao cabo de várias horas de marcha , os sapatos provocavam chagas dolorosas que, infalivelmente, infectavam. Aquele que estava ferido nos pés tinha de avançar como se arrastasse correntes; chegava a toda a parte em último lugar e era constantemente agredido.
Todos trabalhavam, com excepção dos doentes. Todas as manhãs saíam do campo em direcção a uma fábrica de borracha, donde saíam antes do anoitecer a fim de evitar as evasões.
Todos os dias, segundo um ritmo pré-estabelecido, sair e entrar, trabalhar, dormir e comer, cair doente, curar-se ou morrer.
Agora é tempo de falar dos outros, dos que serviram de cobaias aos médicos das SS, que utilizavam em experiências nas suas enfermarias: congelação, castração, inoculação de tifo.
E dos velhos, doentes, mulheres e crianças que simplesmente foram engolidos pela noite.
E ninguém lhes disse adeus. Levados para as câmaras de gás, eram cruelmente assassinados.
À entrada, lia-se uma palavra tranquilizadora:
"Banhos".
Os que entravam, despiam-se, pensando tratar-se de uma operação de desinfecção, acabando, afinal, por se encontrarem com a morte...
  

Auschwitz, Janeiro de 1944


                           Primo Levi          

Os sonhos surgiam nas noites brutais,
Sonhos recheados e violentos
Sonhados de corpo e alma,
De ir para casa, de comer, de contar a nossa história,
Até que, depressa e baixinho, vinha
O toque da alvorada:
Wystawach

Agora encontrámos de novo a nossa casa.
A nossa fome foi saciada,
Todas as histórias foram contadas.
Está na hora. Não tardaremos a ouvir de novo
A ordem alheia:
Wystawach


Testemunho de Primo Levi - químico, membro da resistência,
sobrevivente de Auschwitz .





É impossível acreditar seja no que for, num mundo que deixou de considerar o homem como homem, que prova repetidamente que ele já não é um homem.


Simon Wiesenthal , Os Girassóis




















domingo, 30 de janeiro de 2011

ANJOS

A MENINA DE VERMELHO DO FILME A LISTA DE SCHINDLER DE SPIELBERG


 



A lista de Schindler - Traillers de filmes por antoniomartinsrocha no Videolog.tv.
A DE VERMELHO NO FILME : " A LISTA DE SCHINDLER" DE SPIELBERG